Nossa! Quantos anos
faz? Bom, essa “ladainha” de que sumi não sei porquê, voltei
porque blá blá blá é muito chato. Só lhes digo que estou
precisando escrever. Estou sem inspiração para escrever em meus
outros blogues, uns que tenho de crônicas, poesias e pensamentos,
pois os únicos pensamentos que ando tendo nos ultimos anos são de
insatisfação com minha vida, com o rumo que tomei me enfiando num
covil com uma só cobra: meu marido – isso mesmo, casei pensando em
ser feliz, mas quando eu disse sim aceitei também bebidas
alcoólicas, brigas e noites sem dormir. Mas, assim como nada é só
flores, não há mal que dure para sempre. Deus, que é tão
maravilhoso e sábio, me surpreendeu de uma maneira tão mágica e
sublime que toda vez que eu me desespero e começo a desmanchar na
tristeza, basta eu passar a mão em meu ventre e lembrar que carrego
comigo o ser mais... mais... não sei explicar a perfeição, meu
grau de contentamento e felicidade numa só palavra. Sim! Estou
grávida e sinto comigo que é o que eu precisava e Deus também sabe
disso. Já estou para ganhar, faço 40 semanas dia 12/06 e muitíssimo
ansiosa para ver o rostinho da minha menina, da minha Sarah.
Hoje vou contar um
resumo dos ultimos dois anos. Dois anos de uma vida estranha,
confusa, triste, desesperadora e portas fechadas. Nos ultimos dois
anos desci no mais fundo poço e experimentei sensações que não se
comparam com nada das dores de antes. Da solidão que senti mesmo
estando com alguém do meu lado e da falência de minha alma que
chorava lágrimas de sangue. Exagero? Não, estas palavras não
expressam a dor que senti nesses dois anos, não expressam a
intensidade da tristeza que experimentei e ainda vivo, mas hoje estou
tão calejada que me sinto anestesiada da tristeza, ela já não me
machuca tanto. Ainda estou na peleja, pois ainda estou casada. Sou a
mulher de um alcoólatra, destruída, mas que está se revitalizando
com muita luta e só um pouco de força de vontade. Ainda passo no
psicólogo, hoje minhas sessões são mais sobre este caso, mas
também trato o meu eu que é carente e confuso. Não sou mais eu,
não sei mais lidar comigo, não sei mais entender a vida, mas estou
aprendendo a entender e seguir um rumo. Minha filha me dá forças
para melhorar, me dá segurança para seguir em frente na raça, pois
ela precisa de mim e eu, como uma criança (re)aprendendo a viver,
também preciso dela, até mesmo para esquecer de mim, do meu marido,
e pensar só nela.
Ter um marido escravo
do álcool não é fácil, ainda mais tendo tantos conflitos dentro
de si. Não escolhi de imediato essa vida, pois até então não
sabia, mas me permiti continuar nessa por muitos motivos que vou
contar no decorrer dos meus escritos.
Por hoje é só, estou
cansada, com sono e com dores – aquelas que se aproxima do parto.
Quero muito que seja nessa virada de lua – se é que boto fé nisso
(rs).
Boa noite e estou
ouvindo “M83 – Wait (vejo que eu colocava música do momento,
então...)
Beijos.